quinta-feira, 18 de julho de 2013

A Linguagem do Amor



Hoje trago a vocês esta verdadeira pedra preciosa dos livros. Ou, melhor dizendo, da edição de livros: A Linguagem do Amor: Penhaligon's tesouro perfumado em prosa e verso.

O encontrei num dos meus antigos périplos pelos sebos paulistanos. Na ocasião, me chamou a atenção este volume misturado, quase camuflado entre outros, naquela loja da esquina da Coriolano com N. Sra. da Lapa. 

Acho um primor. O tomo vem dentro de uma caixa; as capas internas são marmorizadas, e suas páginas preenchidas por telas do século dezenove. Tudo verdadeiramente rescende a uma época diferente da nossa, em que os artistas em geral exaltavam mitos e heróis ou as pequenas grandes batalhas do cotidiano. É um conforto lidar com estas páginas numa tarde ensolarada como a de hoje. Pode-se escolher os modos de fazê-lo: simplesmente passear detidamente pelas imagens, ou ler com vagar as poesias e excertos em prosa selecionados por Sheila Pickles.


Lá atrás eu usei a palavra rescender não ao acaso. Conforme explicação que consta em sua última página, somos informados que " O Livro do Amor de Penhaligon foi perfumado com a Rosa Elisabetana, pois a rosa sempre foi considerada a flor do amor. Foi criada pela Penhaligon, em 1985, e tem o verdadeiro aroma de uma rosa à moda antiga, como teria sido encontrada em um jardim de rosas elisabetano. Colhidas de fresco, suas florescências perfumavam os cômodos  da casa e talvez fossem deixadas para secar e ser usadas em Pot Pourri. Nossa Rosa Elisabetana tem pétalas de tênue cor rosada e seu perfume lembra uma época passada. Para apreciá-lo plenamente, gentil leitor, feche os olhos, esfregue as guardas marmorizadas deste livro e sonhe que está sentado em um jardim de rosas inglês em uma calma tarde de verão."



Não duvido que muitos, defrontando-se com este livro, poderiam rejeitá-lo, atribuindo seus conteúdos a algo absolutamente desconectado com a realidade. No entanto, se observarmos quantos de nós abraçaram os solavancos, os desvios abruptos, e as demais rudezas do dia a dia, talvez viesse a calhar algo como A Linguagem do Amor. Ele nos faz refletir um pouco mais nesse sentimento, que deveria ser o motor de nossas vidas, ao longo de quatro seções: "Amor Inspirado", "Amor Realizado", "Amor Não-Correspondido" e "Amor Eterno".



Particularmente, me identifico com a beleza intrínseca e formal desta obra. Deixo-vos com o parágrafo de abertura da organizadora, que fala bem por mim mesmo.

"Caro leitor,
       
                  Dizem que é impossível contar nos dedos da mão as pessoas a quem realmente se ama. Tenho pena dessas pobres almas! Nunca aceitei essa teoria e duvido que conseguiria incluir todo mundo mesmo se contasse os dedos das mãos e dos pés. Tenho a imensa felicidade de me haver sentido muito amada durante toda a minha vida, por isso o amor sempre veio com facilidade para mim. A seleção destas passagens deu-me tempo para refletir sobre as diferentes maneiras como se ama durante o curso de uma existência e reviver minhas próprias experiências."






Desculpem as fotos! ;-P

A Linguagem do Amor foi editada pela Melhoramentos, e publicada em 1994.

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