Ok!
Ontem eu dei duas dicas de exposições que conferi no Sesc Belenzinho, e fiquei de falar de mais coisas hoje.
1) ESTANTE VIVA
À espera de dar o horário da apresentação, desci um dia desses pra buscar algo pra ler na biblioteca. Fui pego de surpresa ao descobrir que rolava uma palestra. Era o projeto estante viva. Nele, todo mês um escritor é convidado para falar sobre a influência que 30 livros tiveram em sua vida. Naquela ocasião, quem falava era a autora Andréa del Fuego, de que ainda não tinha ouvido falar (mas que ganhou o Prêmio Literário José Saramago, por Os Malaquias). Infelizmente não pude ficar muito tempo por lá, mas pretendo voltar para a próxima, que com certeza será também muito interessante.
Os próximo convidados são Ondjaki (22/08), Michel Laub (19/09) e Juliano Garcia Pessanha (24/10)
Mais informações: http://www.sescsp.org.br/programacao/8097_ONDJAKI#/content=saiba-mais
2) MIRADA (mundo perfeito & cias. brasileiras)
Começou neste sábado, 26, o Mirada 2013. Eu quero muito ir! O evento se espalha também para as unidades Pompéia e Vila Mariana, com grupos vindos do Chile e Colômbia, mas o Belenzinho abrigará a Cia. Mundo Perfeito, de Portugal. E a gente tem que assistir a um grupo cuja descrição começa assim:
" O Mundo Perfeito tem combatido as forças do mal desde 2003, ano em que nasceu. O seu nome traduz a ironia de um olhar crítico sobre o presente e o idealismo de um olhar otimista sobre o futuro. É também um nome que faz as pessoas sorrirem, seja por que razão for."
Não posso dizer mais nada, pois ainda não fui conferir. Assim, deixo-vos o link para a matéria que a Época publicou a respeito: http://epoca.globo.com/regional/sp/cultura/noticia/2013/07/o-mundo-perfeito-que-vem-do-outro-lado-do-atlantico.html
Mais informações: http://www.sescsp.org.br/programacao/6619_MUNDO+PERFEITO+CIAS+BRASILEIRAS#/content=programacao
Um lugar pra compartilhar as coisas que gosto, que me cercam, e que acho ótimas para quem, assim como eu, se interessa pelo mundo e pelas vidas que o habitam. Com um bocadinho que opinião e pensamentos pessoais.
domingo, 28 de julho de 2013
sábado, 27 de julho de 2013
Renascimento com o Audi Coelum
Não percam amanhã, na Catedral da Sé, o concerto do Audi Coelum! O grupo, dirigido pelo maestro Roberto Rodrigues, executará peças do período renascentista, complementando a programação da exposição Mestres do Renascimento - Obras-primas italianas, que está acontecendo no Centro Cultural Banco do Brasil de São Paulo.
Imperdível.
Ocupação no Sesc Belenzinho
Este mês de julho foi bastante especial.
Duas vezes por semana eu batia cartão no Sesc Belenzinho para apresentar-me com talentosos colegas, atores e cantores, em "Ensaio sobre o sim e o não" (do qual já falei antes neste blog). Além do prazer de participar desta experiência, outra coisa muito bacana foi conhecer este espaço maravilhoso. O Sesc - quem o frequenta, sabe - é um oásis de cultura na capital e em outros estados. É uma destas coisas que deu mais certo do que se imaginava.
Surgiu em 1946, durante o governo de Eurico Gaspar Dutra, integrando o "sistema S" (do qual também fazem parte Sesi, Senai, Senac, etc...). Elas são mantidas com recursos compulsórios na folha de pagamento dos setores correspondentes (comércio e serviços nessa caso) a fim de que estes sejam revertidos para o bem-estar e a formação do trabalhador. Seu atual diretor é Danilo de Miranda. Aqui vocês podem ler uma matéria que a Vejinha fez na época da sua reinauguração, em 2006.
Neste post quero recomendar duas exposições que vi.
1) _RISCO#3
Está é uma exposição com telas de autores brasileiros contemporâneos. A maioria delas foi realizada entre 2008 e 2012.
De cara, falo do gosto que dá você passear entre as telas num lugar em que realmente há espaço para fazê-lo. Esta, por exemplo, é uma das minhas críticas à exposição sobre o renascimento italiano que rola no CCBB. Infelizmente, o edifício foi pensado para outras funções, e seus corredores são estreitos, o que provoca dois efeitos: 1) as trombadas em outros visitantes são inevitáveis; 2) a contemplação das telas de grande dimensão ficam prejudicadas.
Que diferença seria o fruir das aquarelas de Danielle Noronha, ou dos horizontes de Anete Ring, se não houvesse esse espaço para se afastar ou se aproximar conforme o desejo? Eu gosto de fazer os dois. De longe percebe-se a tela, e sua relação com as outras telas do conjunto e, de perto, fico tentando descobrir sobre a técnica e os materiais que foram utilizados.
Saí de lá muito feliz em ser apresentado a este pessoal: Anete Ring, Antonio Goper, Danielle Noronha, Edson Souza, Marcos Gorgatti, Marlene Stamm e Wagner Pinto. Além das telas, também há cadernos de esboços e anotações, que são coisas que me cativam tanto quanto, pois dali germina o trabalho mais elaborado.
O único ponto negativo foi a monitoria. Durante todo o tempo em que estive lá, nenhum dos que lá estavam se aproximou, ou ao menos ficou por perto para prestar-se a tirar dúvidas. Preferiram ficar jogando conversa fora.
2) HQBR21
Muito diferente é o caso da exposição HQBR 21: lá, nas duas vezes em que fui, fui muito bem amparado pelos monitores, que explicaram e me acompanharam o tempo todo, muito simpaticamente.
Esta exposição reúne quadrinhistas nacionais que se destacaram nos anos 2000, seja no quadrinho impresso, pela via independente, ou através da web. Lá estão originais deles, e é muito bacana ver este material antes de ser processado por um editor de imagens. Além dos desenhos, você pode ler gibis, participar de oficinas e aparecer em alguma das rodas de conversa com autores que promovem. A próxima está marcada para o dia 1º de agosto. O tema é com Marcatti, onde será discutido o Quadrinho Underground.
Mais informações: http://tinyurl.com/nggqbue
É muito fácil de chegar lá: só pegar a linha 3 Vermelha do metrô (FORA DOS HORÁRIOS DE RUSH!!!) e andar 10 minutos. Vale muito a pena conhecer.
Amanhã posto mais duas dicas das bandas do Belenzinho. Fiquem ligados!
sábado, 20 de julho de 2013
Se for beber... NÃO CHAME O HULK!!!
Caracoles!!!!!!!!
Ri muito vendo esse vídeo: misturou duas coisas que adoro: Se beber não case + super-heróis.
ASSISTA AGORA!
WATCH NOW!
Instrumental brasileiro
Hoje passo por aqui oferecendo um pouco do que ouvi hoje. Escolhi duas músicas instrumentais de propósito: apesar de ser apenas uma modalidade no fazer musical, a MPB Instrumental se converteu mesmo em gênero, seja pelo peso de algumas características muito próprias da linguagem em si, seja pelo restrito público que o acompanha (restrito, diga-se, em relação à musica em que o canto é protagonista). Pergunte a si mesmo/mesma: qual a frequência com que você usufrui de música instrumental?
Pois nossos artistas produzem muito nesta seara, sempre com muita fé e amor no que fazem, pois a luta é sempre brava. Aqui (e sem mais preâmbulos) podemos deleitar-nos com as habilidades composicionais e interpretativas de dois grandes: César Camargo Mariano e Chico Pinheiro. Ao ouvir as duas peças que selecionei, fui tomado de um curioso sentimento de continuidade, apesar da distância de gerações entre ambos (o primeiro é de 1943, o segundo de 1975). Fico feliz que o bastão seja sempre passado adiante.
TEMA EM 3
Chico Pinheiro (violão) e Fábio Torres (piano)
CURUMIM
César Camargo Mariano (piano)
Romero Lubambo (violão)
sexta-feira, 19 de julho de 2013
Cultura em negativo
Nos points descolados, nas universidades e na mídia, de quando em quando surge a proposição: a cultura não é valorizada no Brasil. Daí, levantam-se casos e comparações do tipo: "hoje em dia um cara como o Milton Nascimento não teria vez..." ou "só passa porcaria na TV". Os problemas que vejo nesse tipo de abordagem é que a) muitas vezes apoiam-se em generalizações e b) são baseadas em preferências estéticas pessoais. E, como dizia o "velho deitado", gosto é que nem cu: cada um tem o seu.
Uma discussão diferenciada sobre este assunto veio através da Carta Capital em sua edição nº 734. A capa, reproduzo aqui:
Foram 12 páginas dedicadas ao tema, com reportagens e artigos que procuraram investigar sob óticas diversas o que é e por que alguns de nós sentem esse tal vazio. O esforço da equipe de Mino Carta deflagrou ao menos dois outros textos que me chamaram a atenção. Duas delas, especificamente ecoando o ensaio de Vladimir Safatle, intitulado "Relativa prosperidade, absoluta indigência".
Apenas os citarei aqui para os que se interessarem tanto quanto eu me interessei à época. Em 6 de fevereiro, Felipe Lindoso escreve no blog O Xis do Problema. O interessante aqui é o depoimento pessoal dele a respeito do que viu pessoalmente durante um trabalho no programa "Rumos" do Itaú Cultural, e a crítica que ele é capaz de tecer ao artigo frente a essa realidade.
O outro eco vem do artigo de Michel Laub de 15 de fevereiro de 2013 publicado na Folha de S. Paulo sob o título "Resposta ao Apocalipse". A parte mais interessante é aquela em que confessa, sendo parte dos que se dedicam a ser "antena cultural") ter a "consciência melancólica da perda de poder. A reflexão dele é de que é muito difícil para o crítico ou observador cultural ter legitimidade para alçar ou desbancar artistas em vista da quantidade de livros a ler, músicas a ouvir, filmes a ver... (especialmente depois da internet).
Como vêem, uma discussão séria a respeito deste tema demanda muito tempo e muitos saberes para se chegar perto de alguma clareza que gere ações efetivas para se mudar ou não o que aí está. Hoje, contudo, vi uma imagem que falou muito claramente sobre a incultura do poder público, afetando não somente uma manifestação artística, mas a própria liberdade de expressão em si. A imagem também fala sobre nosso preconceito ao taxar de marginais certas expressões. Não vale mais a mensagem? Bom, aí é só uma questão de opinião pessoal, hehehe...
Abaixo, as imagens que ilustram a matéria de Veja São Paulo. (clique para ampliar)
quinta-feira, 18 de julho de 2013
André Dahmer: Vida e Obra de Terencio Horto
Pra relembrar quem pensa que artista vive de vento e produz só pelo dom. Danke, Dahmer!
(clique sobre a tira pra ampliar)
via Malvados
(clique sobre a tira pra ampliar)
via Malvados
A Linguagem do Amor
O encontrei num dos meus antigos périplos pelos sebos paulistanos. Na ocasião, me chamou a atenção este volume misturado, quase camuflado entre outros, naquela loja da esquina da Coriolano com N. Sra. da Lapa.
Acho um primor. O tomo vem dentro de uma caixa; as capas internas são marmorizadas, e suas páginas preenchidas por telas do século dezenove. Tudo verdadeiramente rescende a uma época diferente da nossa, em que os artistas em geral exaltavam mitos e heróis ou as pequenas grandes batalhas do cotidiano. É um conforto lidar com estas páginas numa tarde ensolarada como a de hoje. Pode-se escolher os modos de fazê-lo: simplesmente passear detidamente pelas imagens, ou ler com vagar as poesias e excertos em prosa selecionados por Sheila Pickles.
Lá atrás eu usei a palavra rescender não ao acaso. Conforme explicação que consta em sua última página, somos informados que " O Livro do Amor de Penhaligon foi perfumado com a Rosa Elisabetana, pois a rosa sempre foi considerada a flor do amor. Foi criada pela Penhaligon, em 1985, e tem o verdadeiro aroma de uma rosa à moda antiga, como teria sido encontrada em um jardim de rosas elisabetano. Colhidas de fresco, suas florescências perfumavam os cômodos da casa e talvez fossem deixadas para secar e ser usadas em Pot Pourri. Nossa Rosa Elisabetana tem pétalas de tênue cor rosada e seu perfume lembra uma época passada. Para apreciá-lo plenamente, gentil leitor, feche os olhos, esfregue as guardas marmorizadas deste livro e sonhe que está sentado em um jardim de rosas inglês em uma calma tarde de verão."
Não duvido que muitos, defrontando-se com este livro, poderiam rejeitá-lo, atribuindo seus conteúdos a algo absolutamente desconectado com a realidade. No entanto, se observarmos quantos de nós abraçaram os solavancos, os desvios abruptos, e as demais rudezas do dia a dia, talvez viesse a calhar algo como A Linguagem do Amor. Ele nos faz refletir um pouco mais nesse sentimento, que deveria ser o motor de nossas vidas, ao longo de quatro seções: "Amor Inspirado", "Amor Realizado", "Amor Não-Correspondido" e "Amor Eterno".
Particularmente, me identifico com a beleza intrínseca e formal desta obra. Deixo-vos com o parágrafo de abertura da organizadora, que fala bem por mim mesmo.
"Caro leitor,
Dizem que é impossível contar nos dedos da mão as pessoas a quem realmente se ama. Tenho pena dessas pobres almas! Nunca aceitei essa teoria e duvido que conseguiria incluir todo mundo mesmo se contasse os dedos das mãos e dos pés. Tenho a imensa felicidade de me haver sentido muito amada durante toda a minha vida, por isso o amor sempre veio com facilidade para mim. A seleção destas passagens deu-me tempo para refletir sobre as diferentes maneiras como se ama durante o curso de uma existência e reviver minhas próprias experiências."
Desculpem as fotos! ;-P
A Linguagem do Amor foi editada pela Melhoramentos, e publicada em 1994.
quarta-feira, 17 de julho de 2013
Ensaio sobre o sim e o não
Essa é das coisas que faço.
Hoje tem mais uma sessão de Ensaio sobre o sim e o não, uma apropriação feita pelo Teatro de Narradores que integra a ocupação que fazem no Sesc Belenzinho até o fim de julho. As montagens, leituras e debates que estão promovendo marcam os 15 anos de atividades do grupo.
Eu fiquei muito contente e lisonjeado por ter sido convidado a participar disso tudo. São muitas descobertas: desde conceitos de atuação até o texto de Brecht. Sim, eu disse Bertolt Brecht! O experimento que estamos realizando é uma apropriação das peças Aquele diz sim e Aquele que diz não. Nesta versão, diz o texto veiculado à imprensa, "um professo universitário e seu grupo estão envolvidos na preparação de uma ação clandestina na cidade de São Paulo, em 1967. Um jovem estudante quer tomar parte da ação, com consequências trágicas."
No caso, eu represento justamento o papel do professor. Os convido todos a prestigiar este trabalho do qual me orgulho bastante. A música é de Kurt Weil, famoso pela Ópera dos 3 vinténs e Anselmo Mancini, o diretor musical.
A direção fica ao encargo de José Fernando de Azevedo.
Do elenco fazem parte, além de mim: Ana Elisa Portes Lima, Bruno de Sá, Abner Santana, Renato Spinosa, Raphael Augusto, Fred Teixeira, Gisele Reis, Nicolás Salaberry e Walter Pellici (ao piano).
Vamos ao palco todas as 4as e 5as feiras às 21h30, no Sesc Belenzinho - Rua Padre Adelino, 1000. Preços de R$ 6,00 a R$ 24,00
Espero por vocês!
Jorge Wilheim no Roda Viva
Acabou que fui parar nesta entrevista com ele, transmitida pela TV Cultura em 04 de fevereiro deste ano. O urbanista fala sobre uma imensidão de coisas que me interessam sobre as dificuldades e elementos que levam nossa cidade sempre à beira do caos. Desde os problemas de mobilidade até o tema das Operações Urbanas, tudo é sempre discutido com bastante propriedade.
Para quem se interessar, há uma biografia dele bem aqui, no site do Itaú Cultural.
terça-feira, 16 de julho de 2013
20 pinturas feitas por pessoas com problemas psiquiátricos
"De perto, ninguém é normal", já disse alguém.
Apesar disso, vivemos batalhando pra ocultar este lado em desvio praticamente em tempo integral. Um dos poucos grupos sociais que têm a possibilidade de extravasar algo disso sem ser tolhido é o dos artistas. É uma atitude, no mais das vezes, esperada por quem não o integra. Pra além das limitações e consequências negativas que esta generalização pode acarretar, é muito verdadeiro que a manifestação artística provê um caminho interessante a outros lados de si mesmo. Ao lado das religiões e filosofias, é uma via a mais para o auto-conhecimento.
Nesta galeria, podemos ver justamente o nexo vivo da arte com o desequilíbrio humano. O interessante, pra mim, é que o sumo disto é belíssimo, apesar de toda a dor. Schopenhauer escreveu que a vida, vista de seus últimos anos, parece estranhamente fazer sentido, como se todos os fatos e pessoas que a atravessam representassem a possibilidade mais acertada dentre as múltiplas outras.
Penso assim também. Nos comovemos com os dramas que vemos nos filmes, lemos nos livros. Abordar os nossos próprios desta perspectiva me parece inteligente e saudável. É assim que eu faço, e recomendo.
Via Iconoclastia Incendiária
Assinar:
Postagens (Atom)